quinta-feira, 2 de junho de 2011

Leonora Carrington

 Nascida em 1917, em Chorley, na Inglaterra, Leonora Carrington foi uma artista rebelde que viveu e viajou por vários países, até se estabelecer no México, onde passou os últimos 70 anos, longe da fama.

Apreciada por muitos, Leonora Carrington era considerada como uma das últimas artistas originais do surrealismo, destacando-se na arte com as suas esculturas e pinturas de mundos oníricos e fantásticos.

Antes de se estabelecer no México, a pintora esteve três anos em Paris a acompanhar o seu então namorado e também artista, Max Ernst. Um romance que terminaria de forma trágica com Ernst a ser perseguido pelos nazis. “Foram momentos muito felizes, mas chegou um momento em que só falávamos de Hitler, e então acabou essa felicidade”, disse uma altura a artista.

Leonora Carrington viu-se assim obrigada a fugir, primeiro para Espanha e depois para Lisboa, onde conheceu Renato Leduc, um escritor mexicano, e com quem se mudou para o México em 1941. Relação que também não foi bem-sucedida e que acabaria dois anos depois.

Uma vida agitada, com muitas aventuras pelo meio, e que valeu à escritora Elena Poniatowska, sua amiga durante mais de 50 anos, o prémio Biblioteca Breve 2011, com o livro sobre a sua vida, “Leonora”.

Também em 1995, Leonora Carrington viu a sua vida ser representada no cinema, num filme, “Carrington”, realizado por Christopher Hampton e protagonizado por Emma Thompson.

“Leonora é uma pintora do tamanho de Frida Kahlo e a última figura que existe do surrealismo”, disse ao “El País” Elena Poniatowska.

A sua arte chegou à rainha Isabel de Inglaterra, que a condecorou com a Ordem do Império Britânico, em 2005.

Entre as suas obras destacam-se os trabalhos: "La giganta", "Quería ser pájaro", "Laberinto", "El despertar", "Y entonces vi a la hija del Minotauro" e "El juglar


























quarta-feira, 1 de junho de 2011

El Bosco Profeta do Apocalipse







Idéia de que o fim dos tempos está próximo inspira demônios e monstros de Bosch
sopro de modernidade e de expectativas otimistas que varre o planeta, na onda das descobertas, convive com uma tendência completamente oposta. A idéia de que o fim do mundo está próximo agita a cristandade nos dias de hoje com impulso renovado. A segunda vinda de Cristo, precedida de grandes catástrofes, tal como prevê a Bíblia, tem sido profetizada regularmente. Em determinadas épocas, em especial de grandes pestes, fome ou insegurança, parece prestes a acontecer. A Igreja Católica prepara seus fiéis para o dia do Juízo Final, alardeando os castigos que sofrerão os descrentes e pecadores. Ao contrário de profetas do passado, que encontravam eco em grupos isolados, hoje o discurso sobre o fim dos tempos insufla multidões assustadas, a quem o temor de castigos eternos conduz ao caminho da penitência purificadora. Invocando o que chamam de decadência moral da humanidade, os pecados cometidos sem parcimônia e até os cataclismos da natureza, novos profetas do apocalipse surgem a cada dia. Até o navegador Cristóvão Colombo, convicto de que o Juízo Final se aproxima, tem gasto seu tempo e conhecimento matemático para precisar o fim do mundo. Segundo Colombo, isso acontecerá em 1650.
Luminosa e humanista entre os representantes do chamado renascimento cultural na Itália, a arte também abre espaço para essa tendência apocalíptica. As "visões" do fim do mundo são materializadas em desenhos e pinturas que procuram traçar um panorama da danação que nos aguarda. O pintor Hieronymus Bosch, sob a influência de uma formação religiosa fortíssima e talvez do clima sombrio dos Países Baixos, tem dado forma a passagens bíblicas que tratam do apocalipse. Bosch pinta grandes painéis nos quais mistura diferentes situações bíblicas, em efeitos desconcertantes. Sua mais surpreendente obra, A Tentação de Santo Antônio, finalizada no ano passado, retrata um mundo corrupto, grotesco e putrefato. Ainda assim, toda a decadência mostrada é incapaz de abater o santo, convicto de sua fé.
Para chegar a tal resultado, o pintor não se limitou a espelhar o espetáculo da loucura e do pecado, nem mesmo os horrores do inferno. Inspirado possivelmente na crença de que o Anticristo não tardará e que o Juízo Final se aproxima, Bosch mostra Santo Antônio com um olhar confiante, apesar de toda a perversão que o circunda. O santo, que viveu mais de 100 anos entre os séculos III e IV, passou a maior parte da vida no deserto do Egito. Piedoso, despertou a ira de Satanás, tornando-se alvo de insistentes assaltos demoníacos. Passagens como essas foram recriadas por Bosch num cenário mágico, no qual se misturam monstros imaginários, incêndios e situações macabras. Numa delas, uma ave engole suas crias, recém-saídas dos ovos.
A variedade de monstros e diabos na tela é espantosa, numa alegoria aos tormentos que afligiam a alma do santo peregrino. Há um demônio com crânio de cavalo, tocando alaúde; um peixe, metade gôndola, engolindo um homem; uma mulher com cauda de lagarto cavalgando uma ratazana. São imagens asquerosas, que no entanto exercem enorme fascínio. Ao retratar o fim dos tempos, Bosch entrou num caminho que o está levando a uma perturbadora inversão de valores. Em vez de imortalizar o belo com suas pinceladas, Bosch transforma o bizarro em arte. O tempo nos dirá se esse tipo de arte tem futuro. Se ainda existir o mundo, é claro.















sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mostra Tamô Juntos

Música e teatro na Mostra " Tâmo Juntos"

Cia Teatro de Segunda-Feira e Charles Abrão se apresentam neste sábado
A Comunidade Cultural Quilombaque, dando continuidade à Mostra Cultural “Tâmo Junto”, recebe neste sábado, 14/05, a apresentação de mais um grande espetáculo teatral, Via Crucis – a paixão nossa de cada dia, da Cia Teatro de Segunda-Feira, com início às 20h. E, logo após a peça, um show com o cantor de MPB, Charles Abrãao.

Além destas atrações, haverá também o Sarau Artístico em nossa biblioteca. Traga seus textos, poesias e demais manifestações artísticas que deseja compartilhar.

Confira a sinopse de “Via Crucis – a paixão nossa de cada dia”:

Quatro atrizes sofrem a paixão de seu ofício ao representarem a vida monocromática das protagonistas: mulheres, empregadas em um trabalho sem sentido, inseridas na sociedade brasileira de consumo. Até que uma dessas personagens começa a enxergar mais do que pode suportar e, incentivada pela atriz que a representa, decide sair da peça.

Entrada: R$5 ( Toda renda será destinada a manutenção do espaço e desenvolvimento de atividades do projeto).

Endereço: Travessa Cambaratiba, 05, Perus. ( Beco da Cultura, ao lado da estação de trem de Perus), região noroeste. Tel.: (11) 3915-7539

Nós, da Comunidade Cultural Quilombaque, junto com os coletivos parceiros estamos realizando a Mostra Tamô Juntos que consiste em diversas apresentações de grupos de teatro, música, dança, poetas e todos que queiram se juntar para fortalecer essa iniciativa. O intuito é arrecadar fundos para o desenvolvimento das atividades e a manutenção do espaço.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Moeda Falsa

Moeda Falsa 


Fala: E logo o Brasil, que vai ser um país rico,
quando esse diabo desse petróleo acabar

O dólar é moeda falsa
O americano já não segura as calças
A Alemanha quase pedindo esmola
A inglesa não usa mais calçola

Na Itália não tem mais sutiã
Suíça não lava a bunda de manhã

Ô, cabrobó,
Eles vão tomar no fiofó
                                                           Tom Zé
                                                               

Nosso Guia.


Tô bem de baixo prá poder subir
Tô bem de cima prá poder cair
Tô dividindo prá poder sobrar
Desperdiçando prá poder faltar
Devagarinho prá poder caber
Bem de leve prá não perdoar
Tô estudando prá saber ignorar
Eu tô aqui comendo para vomitar
Eu tô te explicando
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar
Suavemente prá poder rasgar
Olho fechado prá te ver melhor
Com alegria prá poder chorar
Desesperado prá ter paciência
Carinhoso prá poder ferir
Lentamente prá não atrasar
Atrás da vida prá poder morrer
Eu tô me despedindo prá poder voltar
                                                            Tom Zé